Pássaro de papel.

Pássaro voando alto, percorrendo o céu

por sobre as nuvens és capaz de enxergar

então diz-me pássaro, o que há?

porque eu já não consigo mais ver

nem mesmo o que a minha frente está,

jogaram areia em meus olhos, ave,

o que faço agora? para onde irei?

o horizonte e o belo sol nascendo

jamais o verei.

Quem me cegou pássaro belo, não tinha

essa intenção, pois não se cega o coração,

então meu magnífico amigo, não serei mais

capaz de acompanhar-te voar livre pelo céu,

pois tenho uma alma fraca, feita de papel,

fui capaz de planar por muito tempo

até que a areia pesada me fez descer

enquanto eu ainda não estava pronto,

não consegui ascender por sobre as nuvens,

e o último horizonte que recordarei

é o de um dia fechado.

Meus ossos não foram partidos, mas

cortaram minhas asas, não voarei mais,

porém na verdade, jamais voei, tudo foi

apenas uma miragem, como o arco-íris

que eu tanto busquei o seu fim

apenas para descobrir

que ele não estava ali.

Então pássaro, não deixes de cantar,

para que eu possa te escutar

e continuarei a sonhar através de ti,

serás o espelho partido da alma

que perdi quando ao chão

eu desci.

Vou subir na colina mais alta

escalarei as montanhas a te procurar,

mas sei que você não estará lá,

pois estou preso ao solo

e você está

a voar.

Magno Quirino
Enviado por Magno Quirino em 21/12/2009
Código do texto: T1988404
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