Sem você
Olho para o céu,
O dia está claro, as nuvens estão brancas,
O sol brilha forte,
Como um ingênuo encanto.
Sento no mesmo espaço,
Lembro-me dos anseios e escolhas,
Caminho sozinho na estrada,
Que sempre passamos.
Cada momento é diferente,
Cada segundo é tortuoso,
Sinto-me um inútil,
Sinto que estou sem forças.
Acordo de manhã...
Onde está você?
Sinto o seu cheiro,
Mas não consigo te ver!
Acordo pela tarde...
Onde está você?
Caminho pelo corredor, pela cozinha,
Mas não consigo te ver!
Acordo pela noite...
Onde está você?
Deito-me esperando que venha...
Mas não consigo te ver.
Passo por momentos insólitos.
Sinto que meu coração está ferido,
Sinto gosto de sangue na boca...
Sinto que o tempo está de definhando.
Sem você!
Acordo e vejo que não te tenho mais aqui.
Acordo sozinho, durmo sozinho...
Vivo sozinho como nunca quis.
Sem você,
Fico assim nas lúgubres madrugadas,
Nas doces alvoradas,
E nas tristes enseadas.
Tento viver a casa instante,
Quero pegar aquele veneno...
Tomar um pouco de cianureto,
E acabar com este tormento.
Sim, sem você aqui estou,
Viúvo, solteiro, infeliz e mal amado,
Com o coração partido...
Afundado entre os pensamentos mais perniciosos.
Não, quero ver o meu caixão descer mais fundo,
Não quero ver as pessoas chorando por mim,
Quero sentir meu corpo ser corroído pelas feridas,
Que não se curaram.
Acabou, este é meu fim,
Morri por completo,
Acabei com essa dor,
Com apenas uma dose de cianureto!