Completa mentira
Meias verdades são completas mentiras,
Teus discursos vazios de nada mais valem
Palavras lançadas nas mãos de uma aragem
Que passa a esmo por lembranças sátiras...
Belas... Irreais... Promessas banais... Fatais...
Em imagens que passam rapidamente
No lembrar do dano e o desejo ardente
E ter que ficar prevendo teus sinais...
Mata-me com o que me devolveste a vida
No torpor deste silêncio mil temores
Assolam-me em teu olhar cheio de fervores
Lembranças – insegurança... Ver a partida
Sentir na carne tamanha chaga cruel,
O espírito tomado em tumor latente,
Um amor... Uma infrutífera semente...
Renega e se inflama... Cala... Ama ser revel...
Num compasso descompassado ama, odeia,
Chama expulsando, exalta se desprezando
Quando ama, se odeia e sempre provando
Da torpeza em que eternamente vagueia...