INGRATA COLHEITA
Ingrata Colheita
Roze Alves
Semeei um jardim de puro amor, com rosas.
Reguei, mimei, nasceram botões pequenininhos.
Feliz pensei com doçura, crescerão rosas perfumadas
Mas que nada, decepção, só colhi agudos espinhos ...
Tu fostes uma insignificante colheita.
Te amei tanto, até aceitei ser tua sombra.
Crescestes por minhas mãos, sem mutreta.
Hoje já não me queres, que falta de honra!
Não reconheço em ti o semblante inicial, com viço.
O suave sorriso, mãos carinhosas, sempre brejeiro
Agora és um pobre e torpe adorno, prefiro teu sumiço.
Que fique a recordação de quando tudo começou
Não notei tua mudança, em tudo eras o primeiro
Vá-te, vou sarar meu coração que se despedaçou...
Amanhecer-M
RJ: 12/12/2009