...Poetas?

Há quem diga que é privilégio; dom magnífico e raro; fonte inesgotável de conforto e emoção.

Há quem diga que somos mágicos, seres enigmáticos que surgiram de alguma explosiva sensação.

Há mil descrições extensas, longas e cansativas, milhões de frases de efeito de elevado quilate.

Será verdade, perguntam, será mentira, quem sabe, palavras e mais palavras, de tão intenso embate

Do poeta, a melodia, tantas rimas expressivas e tantos sonhos a deriva, uma pessoa nobre!

Maravilhas e extasias, digníssimas e estimadas, criaturas preferida de uma safra pobre!

Não sabem da missa um ato, sequer conhecem o infausto, que pelas letras se enamora.

É cativo em seu próprio corpo, imerso em seu próprio mundo e descontente com o de fora.

Sangra a todo momento, suicida-se por dentro, com o choro impotente que ninguém consegue ver.

Suas armas inofensivas, não competem com a agonia que insiste dia após dia a lhe abater.

Ele mata seu próprio gênio, julga seu pensamento, é réu confesso, se condena sem piedade.

Não difere de uma criança, que acredita com esperança que o seu sonho pode ser realidade!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 03/12/2009
Reeditado em 07/12/2009
Código do texto: T1958578
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