...Poetas?
Há quem diga que é privilégio; dom magnífico e raro; fonte inesgotável de conforto e emoção.
Há quem diga que somos mágicos, seres enigmáticos que surgiram de alguma explosiva sensação.
Há mil descrições extensas, longas e cansativas, milhões de frases de efeito de elevado quilate.
Será verdade, perguntam, será mentira, quem sabe, palavras e mais palavras, de tão intenso embate
Do poeta, a melodia, tantas rimas expressivas e tantos sonhos a deriva, uma pessoa nobre!
Maravilhas e extasias, digníssimas e estimadas, criaturas preferida de uma safra pobre!
Não sabem da missa um ato, sequer conhecem o infausto, que pelas letras se enamora.
É cativo em seu próprio corpo, imerso em seu próprio mundo e descontente com o de fora.
Sangra a todo momento, suicida-se por dentro, com o choro impotente que ninguém consegue ver.
Suas armas inofensivas, não competem com a agonia que insiste dia após dia a lhe abater.
Ele mata seu próprio gênio, julga seu pensamento, é réu confesso, se condena sem piedade.
Não difere de uma criança, que acredita com esperança que o seu sonho pode ser realidade!