Pudor Matinal

Bom ver-te pela manhã

Sadio bem estar a retina,

Retumbante ao coração

A beleza repentina

Divina dádiva, porventura

Não cabe a mim desvendar

Mistério por mistério, assim

Só faz-me ofegar...

Num alento solitário

Surpriendo-me vidrado

E em uma inútil vaidade

Um suspiro abandonado

Bom ver-te pela manhã

Sinto já, um olhar emancipado

Um olhar que vê pedaços

D'um coração despedaçado

Bernardo Reis
Enviado por Bernardo Reis em 29/11/2009
Reeditado em 26/07/2023
Código do texto: T1950855
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