Pudor Matinal
Bom ver-te pela manhã
Sadio bem estar a retina,
Retumbante ao coração
A beleza repentina
Divina dádiva, porventura
Não cabe a mim desvendar
Mistério por mistério, assim
Só faz-me ofegar...
Num alento solitário
Surpriendo-me vidrado
E em uma inútil vaidade
Um suspiro abandonado
Bom ver-te pela manhã
Sinto já, um olhar emancipado
Um olhar que vê pedaços
D'um coração despedaçado