O TEMPO QUE LEVOU (O pouco que sou)

Na indecisão de cada linha, posso me ver em cada traço.

Minha mente, alma e corpo, no passado vejo o laço.

Meus olhos enxergam sem luz, minhas mãos obscenam a cruz, minha boca profana maldição, refletindo os desejos do meu coração.

As vontades martirizam o pouco que sou.

Os medos sepulcram o que o tempo levou.

Os gritos expõem o pouco que sou.

Os sonhos e risos o tempo levou.

Lembranças e restos definem o pouco que sou.

A esperança e a certeza o tempo levou.

O isolamento amarga o pouco que sou.

A liberdade que nunca tive o tempo levou.

Em frente ao espelho não vejo o que sou.

O pouco que sou o tempo levou.

Vivo sozinha, em cada letra um pedaço.

Minha mente, alma e corpo, no passado vejo o laço.

Meus olhos rejeitam a luz, minhas mãos presas junto à cruz, minha boca dita minha condenação, o tempo matou os desejos e levou meu coração.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 29/11/2009
Código do texto: T1950454
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