Noites de castelos de areia
Fim de tarde... Coração em chamas... A saudade...
O anoitecer de um sonho estio... Dói-me o silêncio
Um murro que nos divide em mundos opostos
Olho o meu horizonte cheio de tristes rostos
Fujo de mim mesmo numa brisa que partiu
Com insaciável sede de liberdade...
Na escuridão resplandece tua face envolta
De um alvor estupendo; Ó doce martírio!
Meu pensamento se torna um labirinto árduo
Outra madrugada, jogado ao torpe vácuo,
Meu jardim de pedras nasceu formoso lírio
Do amor ingrato, formoso e cheio de revolta...
No escuro ouço triste canto em meus ouvidos
Vejo somente uma luz que em trevas se afasta,
Sem pensar me lanço no teu vão precipício
De estranhas imagens que rumam ao exício
Com garras de aço em mil pedaços me devasta
Noutra noite de puros sonhos fenecidos!...