DEIXA-ME
Vai, mulher ingrata,
Sai da vista desse teu escravo.
Crava as feridas nesse peito inválido,
Segue tua estrada sem olhar pra trás.
Vai, maldita alma que amei,
Corre esse mundo, sente-te livre,
Ama como um bicho que não é mais triste,
Deixa para mim o que te arranquei.
Deixa-me os espinhos de tuas asas,
Deixa-me as crias que não soubeste amar,
Deixa-me teus vultos pela madrugada,
Deixa os fantasmas pra me assombrar.
Deixa-me a miséria, que esta já foi tua,
Deixa-me a tristeza que já sentiste, eu sei,
Deixa-me marcado pela saudade crua,
Deixa-me na rua onde te encontrei...