Nas garras da águia...

Um nó de repente se aperta em minha garganta
feito de emoção que nem posso mesmo conter,
porque todo um passado some num puro deletar.

Você que antes era um anjinho, cheio de asinhas,
incapaz de mostrar as suas garras bem afiadas,
agora voa como uma águia ,toda coberta de ódios.

Meus pensamentos buscam no passado recente,
onde estavam aquelas palavras feitas de cristal,
e que agora vejo todas trincadas pelas maldades.

Essa fúria que a raiva impulsiona como vendaval,
e que me vai chegando com  palavreado  irônico,
como se da amizade pudesse surgir todo o caos

que alimenta uma alma em desalinho com seu ser,
e que quer a todo custo provocar, apenas provocar
dentro de mim, um desastre que nem me cabe culpa.

Seus olhos agora não são mais suaves, são lâminas,
são espadas que cortam o ar em silvos estridentes
querendo apenas fatiar minha honra em pedaços,

como se honradez  nada mais significasse para ela,
uma  águia que nasceu sem saber que tinha garras,
e que essas um dia viriam a cravar-se em meu ser.

Ah...palavras que a loucura pode transformar todas
em menestréis do apocalipse e de um profundo caos,
esgotando nas entrelinhas todo  seu  riso sardônico.

Insatisfeita ave que nas noites pousa suas mágoas
para ir lentamente destilando seu poderoso veneno
criado das insatisfações de um existir fragilizado.

Ah...surpresa traz esta vida não importando o dia.
Voa ave... pássaro escuro, surgido das maquinações.
Afaste-se da luz...você, nascida  para as penumbras.

Não impeço teu vôo...mas voe para bem longe.
Tão longe que um dia eu possa te esquecer.
Esquecer para sempre... e todo o sempre...

Este rastro de maldades que deixou de regadio.


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Autor: Cássio Seagull
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Poesia que fiz em 15-11-09 às 18 h em SP
Lua minguante – sol e chuvas – 27 graus.
Beijos e abraços para você ...Boa semana. [love]
cseagull2@hotmail.com
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