OLHOS TURVOS

Mesmo com tanto oxigênio

sinto vertigem, me falta o ar ao respirar.

Aqui dentro o dia é escuro.

Meus olhos turvos estão ofuscados

diante da espessa fuligem.

Sinto-me confuso.

Por todos ângulos que me vejo

a tristeza é aguda,

e meu ser é obtuso.

A vida breve segue iludida.

Em algum lugar de minha desértica alma,

um grito de agonia em permanente repúdio,

anuncia o prelúdio da calma perdida.

Não sei se é tarde ou cedo.

Cedo ao medo o lugar que outrora fora

ocupado pela alegria tardia.

E mesmo vivo, na verdade,

meu corpo está em pé em dolorosa vigília

à minha alma estendida de mãos juntas

sobre o peito inanimado num frio e áspero leito.

E a reclusão indecente, torna tudo reticente

na carência conjunta de um eterno imperfeito.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 16/11/2009
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T1926939
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