INSÔNIA
Meia noite
perdida
entre lençóis frios,
a cama enorme
para a solidão de um corpo
desperto,
desiludido.
A escuridão silenciosa
do mundo adormecido
entra pelos poros,
agita o sangue,
massacra os nervos.
A névoa atinge a mente,
o cérebro não funciona,
a impertinência agita os membros,
corrói a alma.
O enígma aumenta,
as conjecturas são inúteis,
a solução se perde,
a notícia não vem.
Passam-se as horas,
termina a noite,
surge a madrugada.
E vem o dia
sonolento,
o corpo recém adormecido
já desperto.
A rotina sufocando,
o relógio comprovando,
outra noite virá
angustiada,
calada,
insone.