Espinhos
O galo canta e o mundo se alegra
eu ainda em sono brando me levanto
vejo o sol de longe acenando
digo bom dia e vou me lavar.
Debaixo d'água constante reflito
me enxugo e olho para o espelho
o vidro embaçado me induz a escrever
e por cima escrevo o que sinto.
Já não mais embaçado o espelho me reflete
vejo ali figura imponente de um homem
que um dia foi bebê, foi criança e adolescente.
Me sentindo o tal volto para o quarto
Vejo a praia em aquarela e ao horizonte vejo ela
me debruço e me machuco, pois há espinhos na janela.