A BREVE ETERNIDADE DO MEU EXISTIR

Enlouquece-me a situação em que estou.

Estou mergulhado em areia movediça.

Por mais que eu mexa não saio do lugar,

enquanto meus pés não sentem a profundidade do fim.

Em alguns momentos queria não saber escrever.

Deixar de lado esse suposto dom.

Para quem sabe encarar de frente a realidade,

esquecendo os versos e rimas de pura ilusão.

Sou escravo de minha insegurança.

Muitas vezes me sinto mais uma criança grande.

Perco a noção do como a vida realmente é,

e desvio a atenção do que é importante.

Esse vendaval mental que se apossou de mim

pode ser um castigo pra tudo de errado que eu fiz.

Devido a meus atos impensados,

duas famílias ficaram desintegradas.

Talvez eu tenha que cumprir a minha pena em silêncio.

Conviver durante toda a breve eternidade do meu existir

com a dolorosa sensação de estar só, mesmo com alguém ao meu lado.

Minhas relações efêmeras são como uma coroa de espinhos

cravadas no fundo de meu coração mesquinho.

O prazer foi intenso, e na maior parte das vezes

durou o mesmo tempo do momento do gozo.

Durante um tempo pude sentir tudo diferente.

O amor realmente se apossou do meu ser.

Mas alegria e tristeza passavam muito rentes.

Hoje não sou o que pareço ser.

Minha aparência nada mais é que um mero disfarce.

Eu mesmo me pus fora do jogo,

pelos meus atos tornei-me discarte.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 09/11/2009
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T1914026
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