Vanitas (Vaidade)

O homem na sua sede de poder

Despertou a ira dos anjos

Que do céu desceram

Para o homem conter!

Vendo-os de olhos fechados

Pela venda da ganância

Gritaram aos ventos,

Soprados pelos antigos deuses,

"Vanitas vanitatum et omnia vanitas!"1

Tocando suas cítaras e flautas,

O demiurgo altissonante os acompanha

"Vanitas!!! Vanitas!!! Vanitas!!!..."

E o homem segue tal qual asno,

Somente olhando para um ponto.

Morrendo a cada dia

Nas entranhas de um funesto poder

Tão efêmero quanto o passar da vida.

E os anjos com o furor na voz

Tentam, inutilmente, mostrar o algoz

Que causa profunda ferida!

JP 5/11/09

1 - Vaidade das vaidades, tudo vaidade