ESTOU INDO
Estou morrendo.
Não querem meus olhos encarar um novo amanhã.
Não sente minha alma a mordaça da insana vilã
Que foi essa vida mesquinha em mim corroendo.
Estou perdendo
O gosto da vida retida por minhas correntes,
Os torpes segredos desfeitos da mente demente,
Descrente dos sonhos tristonhos que foram no tempo.
Estou amortecendo
As dores latentes do corpo que não saciei,
As vidas ausentes daqueles que nunca amei,
Os gestos sinceros dispersos em que fui me perdendo