Torre do Relógio

Olho pro meu braço sem

Relógio.

Onde você está?

Badalam os três relógios

grandes da minha sala

de estar.

Onde você está?

Os meus relógios

Fantasmas.

Onde você está?

O tique-taque do Relógio

quebra o silêncio titânico.

Onde você está?

De titânico tão estático.

Onde você está?

Tão estático e verde,

o tempo ainda é esperança.

Onde você está?

As engrenagens mordem-se

umas as outras, roem-se

incessantemente, do meu lado.

Onde você está?

O tempo é agressivo.

Onde você está?

Eu te espero sentado, com

meus olhos já cansados./

Onde você está?

Minhas mãos quase param,

quem sabe agora desafiando

o tempo, que não descansa

e pelo menos agora minhas

mãos não o alcançam.

Onde você está?

O ponteiro grande, muito rouco,

disse o número dez

Onde você está?

E já acenava ao passar

pelas onze

Onde você está?

E resmungou o doze, e o

ponteiro menor, saiu de

sua guarda.

Onde você está?

Cem pedaços da noite nas

minhas mãos, e onde você

anda?

Onde você está?

O vento canta a torre do relógio

A torre do relógio permanece

Regendo o mundo, e eu faço

parte dele

O teu nome...

A torre

O teu nome...

Permanece no lugar.