"Somos Apenas Animais..."
Cadáveres, mortos, defuntos
Falecidos, assassinados, suicidas
Exterminados, corpos, presuntos
De nada mais valem as vidas
Alegre, esfuziante, nada vivida
Perde a vida a pobre estudante
Que foi achada por bala perdida
Na luta polícia versus meliante
Crianças assassinadas friamente
Velhinhos indefesos brutalizados
Gestantes chutadas violentamente
Partos grosseiramente apressados
Sangue jorrando por todo o país
Em cada canto, estado ou cidade
Elimina-se freira, padre, meretriz
Mata-se sem dó nem piedade
Perde-se a vida em curto instante
Pelos motivos mais fúteis e banais
No trânsito uma boba discussão
É motivo para um assassinato a mais
É a valentia que a arma na mão
Proporciona ao covarde de fato
Sente-se o fraco o homenzarrão
“Bobeou, deu moleza, eu mato..”
Valentões batendo nas esposas
São machões impondo castigos
Que depois tornam-se mariposas
Cagando-se de medo dos inimigos
Conclusão: somos apenas animais
Talvez um tanto quanto civilizados
Mas daquela espécie que é capaz
De matar sem motivos justificados