JÁ NÃO TE SERVE A POESIA?
Um poema tu pedias
Que dissesse claramente
O que teu poeta sente
Se amor, ou fantasias?
Um poema sem metáforas
Serve-se de vil pobreza
E não se presta à beleza
Tão contida nas diáforas.
O poema é como um bonde
Que te leva aos teus lugares,
Quando nele tu embarcares
Chegarás tu sabes onde.
Necessário faz-se ser
Não compreender seu sentido
Mas julgar fosse ele tido
Tão só feito ao teu querer.
Os poemas que eu te fiz
Foram bondes tão precisos
Porém ficaram indecisos
Porque o trilho tu não quis.
Também fui bom maquinista
Sobre os versos que escrevi,
Teu caminho eu percorri
Mas dobraste ao fim da pista.
Já não importa meu poema
Findo é o trilho, fim da linha,
Tua passagem vai sozinha
O meu chegar, um dilema.