JÁ NÃO TE SERVE A POESIA?

Um poema tu pedias

Que dissesse claramente

O que teu poeta sente

Se amor, ou fantasias?

Um poema sem metáforas

Serve-se de vil pobreza

E não se presta à beleza

Tão contida nas diáforas.

O poema é como um bonde

Que te leva aos teus lugares,

Quando nele tu embarcares

Chegarás tu sabes onde.

Necessário faz-se ser

Não compreender seu sentido

Mas julgar fosse ele tido

Tão só feito ao teu querer.

Os poemas que eu te fiz

Foram bondes tão precisos

Porém ficaram indecisos

Porque o trilho tu não quis.

Também fui bom maquinista

Sobre os versos que escrevi,

Teu caminho eu percorri

Mas dobraste ao fim da pista.

Já não importa meu poema

Findo é o trilho, fim da linha,

Tua passagem vai sozinha

O meu chegar, um dilema.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 30/10/2009
Reeditado em 31/10/2009
Código do texto: T1895210