EU QUIS VOLTAR
Quando eu te disse adeus, deixei contigo o pedaço mais presente do que me levou;
E fui à vastidão do que não sou, porque jamais conseguiria não ser teu;
Tua distância é o dia que morreu, onde meu ego entendeu que de ti não se apartou;
É a canção por teu amor, o qual infelizmente por mim jamais nasceu!
Nas asas da distância eu quis imensamente retornar para os teus braços;
E renovar os laços que a insanidade intentou me convencer não serem verossímeis;
Eu poderia expiar meus crimes, eu poderia reflorir com redenção meus passos;
Mas regredi aos mesmos rumos crassos, quando busquei os teus sublimes!
Confesso que doeu além de mim compreender essa muralha invulnerável;
Porque não sou real e sustentável quando não vejo o vulto teu e nem te sinto;
E relegado ao caos de um cão faminto, errante sigo em direção ao frio interminável;
Um peregrino de destino lastimável a racionalizar a petição do próprio instinto!
Morri todos os dias ao longo desse retrocesso;
Eu só vivi quando pensei no meu regresso, na esperança de um verso bucólico;
Restou-me esse divã paranóico, onde me nego exatamente ao que te peço;
De ti eu me despeço, seguindo decidido em direção ao universo melancólico!