EU QUIS VOLTAR

Quando eu te disse adeus, deixei contigo o pedaço mais presente do que me levou;

E fui à vastidão do que não sou, porque jamais conseguiria não ser teu;

Tua distância é o dia que morreu, onde meu ego entendeu que de ti não se apartou;

É a canção por teu amor, o qual infelizmente por mim jamais nasceu!

Nas asas da distância eu quis imensamente retornar para os teus braços;

E renovar os laços que a insanidade intentou me convencer não serem verossímeis;

Eu poderia expiar meus crimes, eu poderia reflorir com redenção meus passos;

Mas regredi aos mesmos rumos crassos, quando busquei os teus sublimes!

Confesso que doeu além de mim compreender essa muralha invulnerável;

Porque não sou real e sustentável quando não vejo o vulto teu e nem te sinto;

E relegado ao caos de um cão faminto, errante sigo em direção ao frio interminável;

Um peregrino de destino lastimável a racionalizar a petição do próprio instinto!

Morri todos os dias ao longo desse retrocesso;

Eu só vivi quando pensei no meu regresso, na esperança de um verso bucólico;

Restou-me esse divã paranóico, onde me nego exatamente ao que te peço;

De ti eu me despeço, seguindo decidido em direção ao universo melancólico!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/10/2009
Código do texto: T1882333
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