SOLO ESTÉRIL

Faz tanto tempo que caminho em solo estéril,

Por intermédio dessa triste maldição,

Que fiz império no reinado da escória

Da vã memória que habitou meu coração.

Quão violentos os desejos da minha carne,

Invalidada no desuso do meu corpo,

Fui dissipando na ferida que se abre

Em cada frase que auferi num gesto morto.

E foram estorvos que colhi no meu caminho,

Ouros mesquinhos de enorme falsidade,

Onde cravei incessante meus espinhos,

Acorrentando em meu peito a liberdade.

Até que um dia percebi que era tão tarde.

Todos meus atos de extorsão cobraram um preço

Que eu paguei me condenando a mocidade,

Quando cavei e não achei um recomeço...

Vanessa Rodrigues
Enviado por Vanessa Rodrigues em 21/10/2009
Código do texto: T1879311
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