DESFORTUNADA
Errante ela vaga,
Banida sultana;
Roubou-lhe a gana
A bruxa, a saga.
A hora que passa,
Os dias se esgotam,
As cores desbotam,
A graça se embaça.
O rosto abatido,
No peito, a devassa;
Sem força, sem raça
E o orgulho ferido.
Rubis, prata farta
À mesa com tâmaras
E calor das câmaras,
A sorte descarta.
De viver incerto,
Sem tiara ou festa,
Nem água lhe resta;
Só areia ... deserto.