Corroendo
Jogo aqui neste penhor,
minha mente,
feita de ardor e dor,
que nada apenas sente.
O que há no mundo?
O que é essa dor que corrói?
É tudo tão profundo,
tão oriundo, destrói!
Neste corpo nada sou,
Desta alma nada sei,
a vida passou,
e até agora ela eu busquei.
As pessoas passam,
por todos os lados,
minha alma caçam,
com esses olhares calados.
Que sou eu neste pedaço de nada?
Que é tudo isso que mentem e desmentem?
Minha alma está espalhada, é o nada,
o nada que eu sinto e que todos sentem.
Laços? Que laços?
Vida? Que vida?
É um escuro abraço,
é uma clara ferida.