O DIA QUE DISSESTE ADEUS
Imagino teus lábios sussurrando-me adeus
Imagino teus olhos frios, tuas mãos afastadas de mim
Teu corpo sem desejo, teu olhar distante
E como cada silaba vai rasgar o fundo de minha alma como adaga
E minha alma, rasgada, despedaçada, entrecortada em soluços
Cairá por fim ao chão fria, inerte, sem vida
Porque a vida que eu tinha vinha de ti
Nem a revolta dos amantes hei de sentir
Disseste ADEUS o que mais posso fazer ?
Não sei se ainda sentes o calor de nossas mãos e corpos juntos
Não sei se há desejo em ti
Não mais sei se teu olhar reflete minha presença
Por causa de uma simples sílaba tornaste uma incógnita para mim
E hei de sangrar e me arrastar por dentre paredes, fatos, fotos, e o passado
Não mais tenho a ti, poucas sílabas nos separam
Queria ser surdo nesta hora, negar o som que vem de tua boca
Amordaçar-te talvez...adiantaria ?
Recolho trapos pela sala, amarro tua boca, teus braços, tua calma
Mas heis que sai voando pela janela da sala
A sombra clara de ti que não pude conter em meu desespero
Não és mais minha, foi se embora a tua alma
Somente me resta teu corpo desnudo, amarrado a minha alma no chão
Minha alma presa a teu corpo, de nada adianta esta situação
Sou alma, és corpo, não há entre nós qualquer ligação...
Pois o amor genuíno tem de ser entre almas ou entre corpos
Sem ilusão...