Embriaguez

Bebe a tua taça
E não olhes pra trás...
Resplandecente taça
De absinto e mel...
Ela é tua mordaça
Que acalmará o fel
Que derrama gota a gota
Dos teus lábios lívidos...

E dos meus lábios
Surge um sorriso tenso
Em meio a versos distensos
De uma sentimental poesia...
Não bebo dessa taça aparente
Porque minha poesia é néctar
Que neutraliza de repente
O prazer mórbido que te extasia...

Assim, meio vida, meio morte
Componho meus versos
Vestidos de angústia, amor, calor
Sob sons plangentes diversos
De uma embriagada sinestesia...