que infancia ?
nao fui a criança
dos brinquedos queridos
da saudade escondida
dentro do armario
o passado foi uma carteira assinada
olho somente pra frente
condicionado pelo futuro
com a cabeça no muro
sem voltar adestrado
sem observar outros lados
vivendo de mudanças e de agoras
tenho pena desse homem
que nao ensinaram o riso
que o vento no rosto produz a calma
onde a fome disciplinou a alma
calos da mao adormecem na noite negra
por brincar demais em ser adulto
coisas que ja nao lembro
talvez nunca terá memoria
quem nao teve infancia.