Campos mortos

Há tempos que não ando por campos,

Verdejantes, calmos, frescos, limpos,

Há tempos que não vejo o que mudou em mim,

Andei cego pelas ruas

Não só por quê me faltavam os olhos

Mas sobrava escuridão.

Me alimentavam com esperança,

De que tudo um dia ia se acalmar,

Com meu corpo em frenesim

Esperava ansioso a hora de sentir você chegar

Hora de que? de tomar o meu remédio?

O meu veneno?

A minha própria raiva, e insatisfação.

Tentei rejeitar, mas nada adiantou,

Eu sempre voltava a estar ali do teu lado,

E nunca estive satisfeito e me rejeitava

De tão deplorável que me sentia.

Sinto que você não sente mais o que sentia antes

Sinto que está distante.

Fui ver os campos que me traziam serenidade,

Mas todos estão devastados, mortos,

Quem os deixou morrer? Foi eu mesmo,

Por não alimenta-los com minha presença,

Me prendi a Você e deixei de viver minha vida.

Agora quero ir até os campos e revive-los,

e me reviver ...