PARADIGMAS

E na força das palavras

encanto os pardais e os gatos,

qual força do vento

que entesa as velas

presas ao mastro!

E solitário

desvendo

os mistérios da vida

do vento

e da chuva!

Num olhar distante

fixo

noutra dimensão,

viajam os sonhos

hoje,

pura ilusão!

E se o brilho do sol

ofusca um sorriso,

não seria este

o sorriso de Monalisa?

E o galo ao cantar

desperta-nos

de um sono profundo,

e na alta madrugada

onde os sonhos acabam

descobrimos enfim,

o fim do mundo!

E o "porquê"

continua latente

valente

sem resposta!

E, na solidão do Oceano

encontra-se o refúgio

do ser insano

do ser humano!

Confrontado

com a antiga dúvida:

- seguir

o caminho do vento

ou a correnteza do mar?

O velho marujo

oscila, titubeia

mas impávido e sereno

enfim decide!

E quem decide

sobre o infortúnio desalento

do pardal

outrora livre

no céu azul,

agora preso

nas presas do gato?

E quem decide

a sorte do veleiro

outrora sereno

em mar azul,

agora destroçado

por vento irado?

Pois cada humano

é sim, uma ilha

e não um arquipélago

como aprendido

nos idos da adolescência!

E o solo

ora encharcado

ora ressecado

não permite

que o grão se faça!

Apenas nos olhos

fixam-se as maravilhas

de uma outra dimensão

tardiamente

percebidas!

E o sal

que deles escorre

inda que escasso

salgue, talvez

uma última refeição!!!

Dilber Devite.