À ESTA LUZ!
Ao abrir meus olhos pela manhã;
Ao ver a luz adentrar a janela:
Vejo-me diante de um mesmo dia,
Que nunca se vai de mim.
Convivo com a impressão,
De que os dias,
Serão sempre os mesmos:
Regados por esta mesma insegurança,
Que hoje adentra minha janela,
E não me dá escolha,
De meus olhos não mais abrir;
De meus sonhos não abandonar,
Para viver o pesadelo real,
De sempre acordar
E saber,
Que não haverá ninguém à luz,
Para que eu possa amar.
...Queria viver as noites:
Onde sei que sempre nelas,
Posso me esconder de quem sou
E do que sinto,
E não viver mais à sombra
De um brilho,
Que sempre tira-me a paz
Quando sei que ainda a respiro em mim.