Varrido pra baixo do tapete

Que parte de mim você escolheu pra me julgar e me reter hoje, dona moça?
Que parte de meus pecados você olhou e disse:
“ culpado! Quero tua morte, seu infame!”

bela juíza que você me sai
não tem sequer a noção do perigo que faz
ao me julgar sem sabe por onde andei
ai como eu queria alguém menos mundana!
Ai como eu queria uma garota menos feminina!
Ai como eu queria poder fazer sexo comigo mesmo!
Ai como eu queria ser o Dono do Mundo
E você estando lá
Apenas como peça de meu vídeo-game pessoal

Escolha seu cachorro quente com sabor de açúcar e me deixe em paz
Escolha sua torta salgada e me faça rir de qualquer outra coisa
Menos de mim mesmo
Menos de mim mesmo!

Eu não consigo conceber em minha mente sã
E tão diferente da tua
Como alguém pode escolher e ter tantos dardos certos
E tantas façanhas pequenas
Que faz me morder a cada hora

A garota perfeita não existe
Nem dentro de mim
Porque também não sou perfeito
É o crepúsculo com falhas na lente
É a torta com fio de cabelo de quem fez
É o ar de teatros velhos e retrós
Freqüentando por falsos intelectuais
De quinta categoria escutadores de jazz em noites de terças-feiras

Não sou tua posse, Emanuelle
Não tenho você, Jaqueline
Não tenho a mim, senhora Alice
Não tenho tanta água assim no joelho, Miss Nadine

Ai como isso é tão confuso
Alguém me de um pouco de álcool
Alguém me tire do caminho do céu
Alguém me de uma luz
Mas que ela não trema tanto quantos luzes de baladas, por favor!
Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 28/06/2006
Reeditado em 28/06/2006
Código do texto: T183746