Pássaro ferido

Abri minhas portas, tomei-te nos braços

Como um pássaro tuas asas fragmentadas

Sanei caco a caco foram restauradas!...

Dei-te carinho, me destes frios desprezos...

Dei-te meu ombro para terdes consolo,

Mas nas sombras do teu coração magoado

Conheci minha prisão, e já fadado

A fenecer por ser imprudente e tão tolo

Ao amar quem sua ira sobre mim derramou...

E ao me ferir curastes tua ferida?

Matei-me a lhe suscitar de volta à vida!

Agora jaz só, quem tanto amor lhe entregou...

Tudo de bom que em mim houvera contigo

Voou para a liberdade, belo pássaro

Que me adornou, deixou somente um púcaro

Cheio de dor... Agora sou mero mendigo

Pelas ruas clamando de ninho em ninho

Só uma pitada de amor morno ou candente,

E ter na face o sorrir de quem contente

Esqueceu-se ao lhe ajuntar no caminho...

Carlos Barbosa, 25 de setembro de 2009.

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 27/09/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1833689
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.