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Pense Tardiamente Em Mim


Quando os tortuosos caminhos da desilusão fatigarem sua alma inconformada, pense tardiamente em mim;

Quando as dores dos amores sofridos fizerem seu lamentar uma constante, pense tardiamente em mim;

Quando o caminhar descalço na estrada da solidão castigar seus pés calejados de tanto pelejar, pense tardiamente em mim;

Quando as desavenças dos anseios não realizados e das aventuras não curtidas se tornarem abundantes, pense tardiamente em mim;

Quando o chorar cansar o teu buscar e as lágrimas não apaziguarem teus tormentos, pense tardiamente em mim;

Quando a clareza de tuas escolhas lhe mostrarem suas mal curadas chagas, pense tardiamente em mim;

Quando teu coração aguardar carícias por esmola e se tornares pedinte de emoção, pense tardiamente em mim;

Quando os espinhos maltratarem tuas feridas no percurso de tua realização, pense tardiamente em mim;

Quando teus sonhos se mostrarem as avessas e teu orgulho não sepultar tua indignação, pense tardiamente em mim;

Quando teu menosprezo for a lâmina de teu inconformismo a esganar tua desolação, pense tardiamente em mim;

Quando achares que findou teu sofrer e encontrares só a perdição, pense tardiamente em mim;

Quando teus amores esquivarem o teu pouco acalento, pense tardiamente em mim;

Quando tardiamente pensares em toda sua putrefação, escolhida por você mesmo nos meandros de tua ilusão,penses que estou pleno e não tens mais meu coração, minhas artérias já não te lembram e minhas veias são sem ilusão.

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 26/09/2009
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T1832862
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