INÚTIL INTELECTO

INÚTIL INTELECTO

“Andei por todos os jardins

procurando uma flor pra te ofertar

em lugar algum eu encontrei

a flor perfeita pra te dar...”

Cultiva-se a flor de Hiroshima

com sua grande explosão

mostrando que a humanidade

não tem mais coração.

Aquela melodia cantada

comemorando o Dia das Mães

desapareceu das escolas

homens tornaram-se cães.

Amordaçando o que vão

encontrando pela frente

desprovidos de emoção

é “olho por olho, dente por dente”.

“cantemos felizes

a canção do dia

hoje é sexta-feira

dia de alegria...”

Hoje não cantam tanto

pelos cantos das escolas,

mestres e alunos carentes,

dependentes de esmolas.

Mas é uma fome interior

sentida no fundo da alma

não têm mais a humildade

é o terror destruindo a calma.

Pra onde têm ido os mestres,

bem como sua melodia?

Será que existem alunos?

Ou o sistema plantou a covardia?

Veio chegando a indisciplina

Tiraram-nos a Disciplina.

O.S.P.B, hoje,

não mais se ensina.

O nome dessa disciplina:

poesia verdadeira

Organização Social

e Política Brasileira.

E hoje, cadê a organização?

Tudo de ruim, é social(izado)

Política virou politicagem

Brasileira é o quê, afinal?

“Ouviram do Ipiranga às margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”

Se ouviram o grito elitista

impregnado até o momento.

Não o grito daqueles

transbordados de sofrimento.

As margens, não mais plácidas

se perderam, em guerras incessantes.

O brilho e a beleza

não são mais radiantes.

O brado, que fortemente

outrora ressoava

hoje tá emudecido.

é do sistema o “ditado”.

A liberdade eu conheci,

não a do Sol mencionada

no “Hino Nacional”,

a minha foi anulada.

Pessoas de má índole

Desfrutam a liberdade.

Nós, nas grades do lar,

Defendemos a integridade...

... física, moral,

intelectual, financeira, espiritual.

Jamais banalizou-se tanto

a espécie humana.

Melodias, inexistem,

só poluição sonora.

Depositaram o romantismo,

num inviolável mausoléu.

Sepultaram, ainda,

a criatividade, o respeito,

o bom senso.

Não há mais letras,

só aberrações.

“Só as cachorras” cá

“as preparadas” ali

“as popozudas” lá

“eguinha pocotó” aqui.

Jamais zombou-se tanto

do nosso Deus amado.

Não agradecem mais

o quanto Ele tem criado.

Eis alguns exemplos:

“Eu só peço a deus um pouco de malandragem...”

“Vento, ventania me leva para as portas do céu

pra puxar as barbas de Deus...”

“Tudo que eu quiser o cara lá de cima vai me dar...”

“Jesus me chicoteia.”

“Jesus me abana.”

“Jesus apaga a luz.”

E para completar: “É a treva.”

Sigo um pouco tristonho

vendo os meus descendentes

mergulhados nesse oceano

de músicas indecentes.

Os trechos entre aspas

não são de minha autoria.

gostaria que não existissem,

não comporia tal poesia.

As melodias atuais

expressam objetivo ilustre:

cativar a longas distâncias

esses homens-abutres.

E é uma grande anomalia

como febre passageira

O CD que se compra hoje

É velho na próxima feira.

Com isso vamos vivendo

Nessa sonora bagaceira.

GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA

Itanhém – BA, 25/08/2009.