Solidão
Onde está o perfume da flor,
que fez aquele momento fugaz,
a utopia em forma de amor,
numa estranha madrugada sem paz!
O amargo de algo que não vive mais,
foi o que sobrou do sono profundo,
é como a solidão a beira do cais,
imaginando o mais belo amor do mundo!
O tempo parece que triste chora,
tendo dentro de si um vento frio,
e o compassado passar das horas,
mostra um infeliz fatalismo tardio!
Talvez amanhã meu caminhar ao luar,
traga velhos sonhos que eu tive,
um amor que nunca vi chegar,
a gélida solidão de quem vive!