Desencontros
Tudo não passou de desencontros
O nosso amor se perdeu.
E por que chorar?
Se o tempo é dono e senhor da razão.
Passam-se os anos
E de nós dois
Restaram enganos.
Nas fotografias
Triste nuance
Lembranças frias
Em preto e branco.
Um tempo e vida num prenuncio de morte.
Tal sorte eu tenho de te ver agora
Tão perto e tão longe.
No desgaste do tempo
Que por mim implora
Que cedo ainda eu acorde
E sinta o sangue jorrar nas veias
O sangue que bebo quente
Descendo nos cantos da boca
Que tremendo bebe o veneno vermelho.
-O pecado-
A sede saciada
O corpo manipulado pelos seus braços
Pulso escarlate, bebida letal.
Fragmentos de um tempo real
Que me fez mal demais.
Lili Ribeiro