DESILUSÃO
O inverno penetrando na janela
Insensibilizando meu corpo amedrontado,
O cigarro queimando os dedos
Entorpecidos pelo frio,
A lágrima caindo e molhando
A maquiagem perfeita
Já desfeita.
Os carros passando pela rua,
O coração pulsando desordenado,
Os olhos procurando distinguir
Teu rosto
Esperado.
Os ponteiros girando no relógio,
Somando minutos enervantes,
Transportando um a um
A esperança.
Na dependência da espera
Os sonhos se transformam
Num pranto incontrolável
E a música no rádio relembrando
Por ironia, talvez,
A felicidade perdida.