Madrugada Insípida
Nos rastros da noite
O homem delira entre o bem e o mal;
Divaga sonambúlico entre espinhos
Na atmosfera de seu mundo sensual.
Mesmo com o cintilar das estrelas,
Seu ego perambula no nada;
Distorcidos pensares se acumulam
No estertor sombrio da madrugada.
No vácuo da escuridão insípida
A mente do homem navega sem frio, sem calor...
Sua consciência é um barco desgovernado
Nas águas nevoentas da amargura e da dor.
No limiar do silêncio noturno,
Os devaneios do homem tombam sem vida;
As configurações indeléveis da inconsciência
Assinalam miasmas de uma existência urdida.
Do anoitecer jorram elucubrações
Que fenecem extasiadas de pudor;
Dissociados no infinito de seus íntimos,
Sentimentos malignos rendem homenagens ao amor !
A natureza transforma o cenário
Deixando a esperança numa réstia de luz;
A solidão que sorrateiramente maltrata
É também o retrato singelo que o amor produz !