Madrugada Insípida

Nos rastros da noite

O homem delira entre o bem e o mal;

Divaga sonambúlico entre espinhos

Na atmosfera de seu mundo sensual.

Mesmo com o cintilar das estrelas,

Seu ego perambula no nada;

Distorcidos pensares se acumulam

No estertor sombrio da madrugada.

No vácuo da escuridão insípida

A mente do homem navega sem frio, sem calor...

Sua consciência é um barco desgovernado

Nas águas nevoentas da amargura e da dor.

No limiar do silêncio noturno,

Os devaneios do homem tombam sem vida;

As configurações indeléveis da inconsciência

Assinalam miasmas de uma existência urdida.

Do anoitecer jorram elucubrações

Que fenecem extasiadas de pudor;

Dissociados no infinito de seus íntimos,

Sentimentos malignos rendem homenagens ao amor !

A natureza transforma o cenário

Deixando a esperança numa réstia de luz;

A solidão que sorrateiramente maltrata

É também o retrato singelo que o amor produz !

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/09/2009
Código do texto: T1788560
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