Transfiguração de uma olhar.

É triste transfigurar o teu olhar nisso que é,

nisso que o fiz com os dias que fiz você ver.

É angustiante ver que o que cativei perdeu forças,

e não vejo mais alma através do espelho do teu olhar.

É penoso ver um abismo nessas pupilas,

uma desolação sem final, sem esperança, sem motivos.

Não quis isso, mas tenho que assumir esse crime,

matei seu olhar, não deixando que nenhuma força nele habite.

Do tamanho do amor que sinto, foi igual a dor que causei,

inexperiência, egoísmo, egocentrismo, foram as armas que usei.

E aquele brilho, daquelas fotos, eu apaguei,

e o sorriso nas cantos dos olhos, transfigurei.

Maldita certeza que de tudo eu sei,

maldita falta de conselhos, que nas faltas os criei.

E essa criação na verdade foi um aborto,

de todos os sonhos que contigo tive, só um não está morto.

E é o único motivo que faz sorrir o teu olhar,

e é a única razão que faz você ainda esperar,

um milagre por tudo que ainda crê.

Tenho certeza que você ainda vai vencer.

Essa certeza hoje tenho plena, com uma conclusão,

não sonhe, nem veja com os olhos da emoção.

Da emoção que sinta com qualquer amor, qualquer paixão,

veja, se ainda restou visão, com os olhos que eram seus então.

Fernando Lobos
Enviado por Fernando Lobos em 02/09/2009
Código do texto: T1787831
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.