Conveniências

Todas as noites, me afasto de ti;

fecho olhos, abro bocas, sufoco tesão,

porque sei, que já não quer.

Todos os dias, me arrasto para ti;

pego papéis, canetas e imaginação

e escrevo poemas sobre nós.

Que estamos tão sós,

que não temos mais jeito.

Esquecemos qualidades

e enaltecemos defeitos.

Todas as noites, mesmos fingimentos;

arquejos, suspiros à sussurrar,

à espera de um sono triste e minguado.

Todos os dias, mesmos pensamentos,

de que afinal, vamos mudar;

uma mudança que nunca chega.

Uma pena. Nossa vida

se resumir assim,

em sarcasmos e ironias;

tão perto do fim.