DESENGANO
Esse meu silêncio
soa como um grito
abafado em panos.
Só faz denunciar a mágoa que ficou.
Surdo aos apelos que lancei,
não deste crédito
ao meu grito de alerta.
Eu me desfiz como fumaça
naquele casarão escuro
a tua espera.
E tu estavas na fumaça
fugindo do casarão,
esquecendo de mim.
Tu buscavas um escape
e eu não tinha saída.
Desculpe o mau jeito,
eu fugi sem despedidas,
plagiando as tuas fugas
vespertinas.
Não tive outro caminho.
Te deixei por desengano.