Teu corpo nú...Meu sofrer.
Vi seu corpo nu,
e nu me vi em tormentos.
Porque vi, ó mulher, que tu,
esconde em segredos seus talentos.
No clarão do lamparím bordel,
que candeia luz, negra e crua.
Por castigo toco a pele ao céu,
num jeito rude, a sutil beleza sua.
Soluçando adentrei-me em veredas,
na penumbra dos desejos, a nada.
Então bateu no peito a dor, a incerteza,
daquela ânsia, espera - desenfreada.
Alucinado admirei, oblongo,
no seu corpo afável, de cor alvi-rosado,
no fim do seus negro e lizo cabelos longos,
os mais perfeitos glúteos molhados.
Solidão extrema, intimidade, sondagem,
o banho, a água que percorre seu corpo idolatrado.
O corpo que mostra sua nudez selvagem
e junto a água, desaparece desvirginado.
Na sofreguidão me afasto frustrado,
no fim de uma ilusão nua, tu também se foi.
Nem ao menos deixou o perfume exalado,
de teu corpo nu, pra só, na intimidade, delirar depois.