Um homem apenas ou minha vida?
Cala minh' alma em um silêncio intrépido.
Busca repouso na imensidão do adeus.
Firma meus passos na desesperança mórbida,
Cala minha vida de viver real.
Sonhos que se foram e não vão voltar,
Vivem apenas nas mansões da lembrança,
Frios, sombrios, como mortos devem estar.
Choro o meu choro mais agudo. Morro!
Morri em mim, pois vida já não há.
Sou um cinza petrificado e gélido,
Do rosto de outrora nada resta,
A não ser a boca que ainda é tua...
Foste de minha vida, como quem foge louco,
Sem deixar bilhete, recado tampouco.
Quando te busquei meu, vi que já não era...
Oh! Adeus ilusão tola de um palpitar
Como posso eu voltar a delirar de amor?
E viver em primaveras e verões,
Se minhas flores já murcharam e secaram
E meu sol posto de negro é apenas breu.