solitario

No frio da madrugada

da noite a voz calada

onde nada acontece .

Apenas sombro e assombro

sopra o vento la fora

o tilintar da madeira

o crepitar da aurora .

Do luar a luz fumegante

por entre a neblina

de um céu cor de nada

no vidro o respiro embaçado

de dois amantes na madrugada.

Por entre este lençol

de orvalho

sussurros e juras macios

de quem ainda não dorme

sobre o manto verde da grama.

E os olhos que choram

as lembranças inevitável

que buscam na madrugada

o silêncio do nada

apenas o bater do coração

do seu próprio coração

com ritmo descompassado .

E quem chega fora de hora

vindo de qualquer lugar

ainda vê a luz

que não se apaga

no coração da cidade

o pulsar de um coração solitário .

Com o punho serrado

a segurar na mão

o que julga liberdade

a penas um gole que lhe corroê

as entranhas

serão suficiente pra lhe dar felicidade.

Um corpo que tomba

olhos que fecham

um último suspiro que se esgota

com as lembranças que apaga

com os silêncio chegou

com o silêncio se foi

dois amantes na madrugada.

valdecir wagner
Enviado por valdecir wagner em 14/08/2009
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