DESENLACE

Nos teus loucos desvarios

Me expulsas de ti,

Encurrala-me num canto,

Sibilando por silêncio.

Não podes suspeitar que respiro...

Entrecortada, sorvo o ar

Acanhada como a roubar,

Não posso ser descoberta;

Ainda me esmero em te agradar.

Esqueceste ainda em mim

Um restinho de emoção,

Um alento...

Todo o resto é solidão.

Ando flutuando ao teu lado,

Diáfana, frágil, silente...

Não podes pressentir meus passos...

Corro o risco,

Antes da aurora... não podes despertar...

Abraço a mim mesma,

Tão apertado... que me alcanço o outro lado.

Me despeço.

Uma última lágrima

Desce pelo meu regaço,

Saudade

De estar nos teus braços...

Morte viva,

Expiro...

É só agora... Até que eu consiga voar...