Decepção

É grande a desventura, que magoa o coração

De quem espera o bem, sem pressentir,

Que pode vir a ingratidão

E graças a ela, sucumbir!

Se não se fez o mal, pagá-lo por que?

Por que curtir um sacrifício,

Por que chorar? Por que? Por que?

Se tudo que se fez foi benefício?

Calar-se o que se passa n’alma,

É por demais injusto!

Se não houve erro, por que mostrar a palma

Para que a firam com olhar augusto?

Consultemos a nossa consciência,

Se está leve, é forte, justa e brava,

Não peçamos clemência!

Não falemos tal palavra!