A IMPOSSIBILIDADE DO IMPOSSÍVEL

POEMA 600

(a ti, pela qual derramo lágrimas secas)

A IMPOSSIBILIDADE DO IMPOSSÍVEL

Vamos brincar ao jogo

Do invisível

Soltar as amarras de nós

E dar lugar

À impossibilidade do impossível

Jogo de espelhos

Que se esgota num primeiro olhar

As aparências são enigmáticas

E eu não sei se é contigo que quero ficar

Quem és tu?

Pergunta sacra e fundamental

Quero-te segurar

Conservar no meu infinito

Mas quem és tu afinal?

Tenho todo o poder do mundo

Na minha imaginação

Mas amo-te e temo-te

Pelos estragos que podes fazer na minha imensidão

Qual a envergadura

Das tuas asas, da tua personalidade?

Quanto tempo vou ficar à espera

Nesta pergunta sem idade?

Amo-te, amo-te

Até esgotar o refrão

Dei-te quase tudo

Mas o quase pode-se esgotar

No desespero desta última canção

Última por agora

Porque aprendi que o meu maior inimigo

São os mundos

Que tenho desde sempre comigo

Porque neles tudo é um engano

Tudo pode parecer absurdamente crível

Voltei ao que sou e repito a frase típica:

À impossibilidade do impossível