Nos entornos da vida

Nos entornos da vida

Nos entornos desta vida

Sofri muitos dissabores

E com a esperança perdida

Perdi todos os valores

Sou um pedinte coitado

Da vida desamparado

Perdi mulher e parentes

Por derradeiro os dentes

Tenho estrelas por telhado

O rosto já deformado

Meu corpo já mal resiste

Minha alma, fica triste

Sou um pariá abandonado

Meu destino o triste fado

De viver desprotegido

Sem valor e sem sentido

Quer no frio ou no calor

Meu abrigo, um cobertor

Outro entrave é a fome

Que míngua a força e consome

Fico à mercê do destino

Nas ruas, rumo sem tino

Aguardando a caridade

Quem passa nem tem vontade

De olhar o maltrapilho

Por certo não sou seu filho

Mas por Deus, somos irmãos

- E vos dizeis ser cristãos !

São Paulo, 08/08/2009

Armando A. C. Garcia

E-mail: armandoacgarcia@superig.com.br

Site: www.usinadeletras.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 08/08/2009
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