Madrugada Traiçoeira
 
            
 
Mais uma noite acordada.
É uma madrugada traiçoeira
e dizem que não se recupera.
Penso no cotidiano, na insensatez
e entro em introspecção.
O relógio não para e os ponteiros
permanecem girando.
Deito, levanto e o sono não vem.
Perco-me na imaginação pensando
como andam as coisas por lá.
O silêncio da madrugada não
responde as interrogações.
Não! Não posso parar!
Se parar penso e se pensar choro.
Mas não quero chorar.
Fecho os olhos para não enxergar
as horas passarem.
A insônia permanece.
A madrugada é mesmo traiçoeira.
Ponho a mão no coração e ele tenta me consolar.
É desgastante, terrível, assombroso.
Mais uma noite perturbadora.
Saudade de lá? Não! Preocupação.
Deito, levanto para ter coragem
de olhar o firmamento vendo as
estrelas dormindo e eu acordada.
Sofro em vigília levantando e deitando.
Por que será? Quatro horas da manhã
e o sono não chega.
Fico assusta pensando na próxima
noite que vai chegar. 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 05/08/2009
Reeditado em 14/01/2018
Código do texto: T1737789
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