Ilusão
Aludir... A alusão é perigosa
Quando não se tem domínio
Da causa, do verbo da rosa.
Aludindo, iludido estás.
A lud-lúdica do verso amar
Perdeu a força com o adjetivo
Fraco da alusão do mar.
Luzindo o espírito Lud,
Poeta sente a mão falhar.
Soube que tudo que aludi
Por ilusão perdi... Iludi-me,
Pois viver é mesmo uma...
Nego-te
Com uma realidade sempre inversa
Em tom amistoso, como quem conversa
Com um amigo ou com um amante
Com verdade e uma força desumana
Canta em mim um sentimento nulo
Pela eternidade e nesse instante
Privando-me da liberdade com grande fúria
No presente, hoje, no futuro e pela eternidade
Por merecimento, sem ser aceito, com firmeza,
Nego, com um desejo lascivo, obsessivo permanente
Com um mistério, com uma vã virtude, custa-me
Dizer-te como a um ser superior, que sofro a razão injusta
De não ter-te, de não seres para mim o mesmo ser de antes
De mais a mais, o que for sobre ti ou para ti, nego-te.