Ilusão

Aludir... A alusão é perigosa

Quando não se tem domínio

Da causa, do verbo da rosa.

Aludindo, iludido estás.

A lud-lúdica do verso amar

Perdeu a força com o adjetivo

Fraco da alusão do mar.

Luzindo o espírito Lud,

Poeta sente a mão falhar.

Soube que tudo que aludi

Por ilusão perdi... Iludi-me,

Pois viver é mesmo uma...

Nego-te

Com uma realidade sempre inversa

Em tom amistoso, como quem conversa

Com um amigo ou com um amante

Com verdade e uma força desumana

Canta em mim um sentimento nulo

Pela eternidade e nesse instante

Privando-me da liberdade com grande fúria

No presente, hoje, no futuro e pela eternidade

Por merecimento, sem ser aceito, com firmeza,

Nego, com um desejo lascivo, obsessivo permanente

Com um mistério, com uma vã virtude, custa-me

Dizer-te como a um ser superior, que sofro a razão injusta

De não ter-te, de não seres para mim o mesmo ser de antes

De mais a mais, o que for sobre ti ou para ti, nego-te.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 04/08/2009
Reeditado em 04/08/2009
Código do texto: T1736277