Essência Negada
E o que me resta agora?
Depois que a esperança
Bateu a porta e foi-se embora?
E já não me tento a ser criança
Desaba a última luz da minha estrela
Chuva na escuridão cessa a virtude
Quando minha felicidade por atitude
abrirá a porta e entrará por ela?
Quisera eu ver a vida como quem a guerra
Vê sem vestígio algum de desistência
Mas há temor e frio e há carência
Em mim, ó desfigurada força e abstrata Terra
O que faz um homem sem a tal dignidade
Nessa vida que se esvai levando-lhe a essência?